Quando questionado o que um docente fez, de mais relevante, durante sua vida, a resposta não pode ser “dar aulas”. E sim, ajudou a formar pessoas melhores para uma sociedade mais humana. A dimensão de ensinar conteúdos não é a mais significativa na vida de uma docente, contudo, as transformações operadas para mudar pessoas, agregando valores, competências ficarão como “ensinamentos” para a vida.
É fato de ser docente, na terceira década do século XXI, não é uma tarefa simples. Requer estudos, preparação, planejamento e doação de horas para pensar na melhor estratégia para auxiliar os estudantes a aperfeiçoarem seus talentos.
Se na rede regular, seja pública ou privada, o ato de ensinar a aprender é difícil, isso tem sua explicação pela quantidade de estudantes atendidos pelo docente. Quanto mais personalizado o processo educativo, maiores são as probabilidades de serem bem-sucedidas.
Por isso, muitos pais e mães procuram auxílio complementar a educação formal, optando por aulas particulares, de reforço ou que estimulem a criatividade, a gestão do tempo e a organização para maior efetividade dos estudos. E tal escolha não deve ser condenada pela escola, ao contrário, deve ser estimulada, pois um docente, com 20, 30 ou mais estudantes em sala, não consegue desenvolver todas as competências desejáveis para o sucesso na aprendizagem.
Em relação ao estudante, que tiver esse complemento formativo, com aulas personalizadas, melhora seu desempenho e se torna mais capaz para aprender os conhecimentos, pois no atendimento individualizado atribui-se significado para o ato educativo. Os pais que optam por tal modalidade querem agregar valor a aprendizagem, não restringindo-a a mera memorização ou reprodução.
Mas por que estamos falando da aprendizagem em um texto que tem como finalidade homenagear os docentes? Porque a função docente, nas últimas décadas, se modificou, impactado pelo avanço tecnológico, as metodologias ativas, aprendizagem baseada em competências, desafios e projetos. Na medida em que os estudantes se tornaram mais participativos, ativos, autônomos e protagonistas, o papel dos docentes assume uma posição mais na linha da mediação e orientação.
Então, qual é a melhor homenagem para os docentes que estão ativos e enfrentam os desafios da educação contemporânea? A resposta é valorização profissional, investimentos em formação e, na medida em que a qualidade da aprendizagem melhora, vem o reconhecimento da importância do papel docente, e, consequentemente, uma remuneração mais digna. Agora, não vamos nos iludir que, ensinando os conteúdos seremos valorizados. É preciso ir além, pois uma educação transformadora faz com que a sociedade reivindique mais recursos e investimentos.
Mas para que nos tornemos docentes inovadores, precisamos do auxílio dos gestores, oferecendo formação e indicando o caminho, a tipologia de profissional requerido para executar o projeto da escola ou rede educacional. É formando bons docentes que poderemos esperar uma educação diferenciada, inovadora, que rompe com a lógica de transmitir e ensinar para uma em que a aprendizagem assume a centralidade.
Precisamos nos preparar para o novo contexto educacional no qual o docente é um gestor da aprendizagem, planejando mais tempo as atividades do que executando-as. Aproximar o mundo da criança e do adolescente com a sala de aula transforma a aprendizagem em algo real, rompendo com a lógica do ato de aprender.
Queremos reforçar que os docentes precisam e devem ser homenageados pela opção profissional que tem como finalidade ensinar a aprender, auxiliando pessoas a agregarem valor a sua existência. Contudo, nem sempre conseguimos cumprir esse papel e nos perdemos com ensino de conteúdos que, na maioria das vezes, não contribui, em nada, para formar pessoas melhores.
O dia do docente requer reflexão, redefinição e reorientação, uma vez que os tempos dão sinais de que a profissão exige adaptação, transformação e mudanças. Não podemos ficar presos ao passado e nem sermos saudosistas, pois tais atitudes não ajudarão a repaginar a profissão docente. É questão de sobrevivência profissional. Novas oportunidades surgirão, novos jeitos de promover aprendizagens estão sendo colocado em prática. Cabe a nós, docentes, saber escolher o que queremos para nossa permanência no universo educacional.
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